domingo, 25 de abril de 2010

De 24 para o 25 de Abril





Com um esplêndido convite para jantar e a seguir assistir a uma peça de teatro, decidi sair mais cedo de casa, pegar na máquina fotográfica, e dar um passeio a pé pela Praça da Liberdade e Avenida dos Aliados. O passeio não foi propriamente muito grande. Devido à tareia semanal de estar de pé o dia todo a trabalhar e Liga dos Campeões de Matrecos na noite de Sexta, já não me restavam grandes forças para andar, apenas dores musculares e uma enorme vontade de estar deitadinho como o menino Jesus. De fotos só consegui tirar quatro. A luz não ajudou, uma grande parte dos edifícios estavam tapados para limpeza e/ou renovação de fachadas, e havia obras por todo o lado. O centro do Porto estava deserto como de costume, apenas resistindo alguns trauseuntes e turistas, em frente a um palco onde actuava um grupo com cantares do Zeca Afonso. Deambulei pelas ruas durante uma hora e dei por mim novamente junto ao carro. Entrei, pus um CD a tocar e esperei pelas 20h que era a hora combinada para o jantar no Abadia. Lá chegou o Luís e Teresa seguidos pela Joana, com uma estranha mania de fazer apostas só para baixar as calças. Mais tarde, como de costume, chegou o Igor. A Sónia só viria assistir à peça assim como o irmão da Teresa. A conversa começou com um debate aceso entre Igor, Teresa e Joana sobre a razão da proibição dos cães na praia. O pandemónio gerou-se e nem com os olhares reprovadores das mesas do Parque Geriátrico amansou. Teve de vir a comida para o nosso "jovem" comunista deixar por momentos o debate, e passar ao festim! Comida boa e bem regada, embora os 20€ por cabeça no fim a meu ver eram exagerados, mas pronto foi uma vez e era no Abadia... Restaurante de "luxo" na viela mais feia do Porto com vista para a Rodonorte, mas enfim. A peça de teatro, 7:00 AM, da companhia Palmilha Dentada, no Teatro Sá da Bandeira desenvolvida num pequeno palco, mas recheado de pormenores deliciosos, é de rir, mijar nas cuequinhas e com direito a ovação de pé! Excelente! No palco principal decorria simultâneamente uma peça com o Fernando Mendes. Portanto podem imaginar o contraste das vestimentas dos dois tipos de audiência. Nós de T-Shirts, gangas e casacos de couro e eles de fatinho acompanhados por elas loiras e com vestidos cor de alface radioactiva. Acabado o espectáculo decidimos beber um copinho nas Galerias de Paris. O pandemónio normal, com eles de cabelo espetado no ar como quem trilhou a cabeça nas portas do metro e elas com decotes até ao umbigo, todas convencidas e lindas que metiam medo ao susto. Acabamos por nos mudar para o Era Uma Vez, bar situado ao lado da Livraria Lello, que vale pela música, ambiente e ausência de cartões de consumo e uma bela vista para a Torre dos Clérigos. Mais tarde despedi-me deles à porta do Rock Rendez-Vous e marchei pela Rua do Almada acima onde tinha estacionado o carro. O cenário degradante desta rua mete impressão a qualquer um! Anormais a partir garrafas no chão, a mijar contra a parede e prostitutas de mini-vestidos dourados(eu acho que eram lenços mas pronto) que só deixavam a adivinhar o signo. Na Praça da República sou mandado encostar pela nossa PSP, numa outra grande operação STOP (grande porque eram à volta de uns 20). Pátáti-pátátá e o Sr. Agente deixa-me seguir com a seguinte frase: Sabe... O Estado é que precisa de dinheiro! Não somos nós!

Viva a Liberdade!